Escrever e descrever o que há e não há para dizer,
Tantos e tantos defeitos e tão poucas qualidades,
Qual será a causa de tais adversidades,
Que impedem esta criança de crescer?
Vista castanha escura, mas sempre com generosidade,
Coração débil, mas sempre aberto à humanidade.
Por vez um pouco emproada, com a ponta do seu nariz arrebitada.
Eternamente curiosa com todos os pormenores, e sempre amada.
Talvez genuína, talvez intrigante, quem saberá?
Duas facetas antagónicas, mas quem me conhece perceberá.
Sonha com um mundo cheio de sucessos e barreiras atravessadas,
Com amizades duradouras e suas preferências respeitadas.
Desgosta de pessoas metediças em assuntos alheados,
E de criaturas sem cortesia nem delicadeza,
E talvez cause um pouco de estranheza.
Agrada-lhe o facto de não poder prever os seus fados.
Aguarda ansiosamente o que a vida lhe sugere,
Com a sua forma possivelmente um pouco desmedida.
Critica e gosta de ser criticada por aqueles que quer,
Nunca deteriorando nenhuma importante lida.
Recorda todas as memórias predilectas e até mesmo as repelidas.
Alta em comprimento, mediana em simpatia, baixa em falsidade.
Simpatiza com as suas longas cabeleiras encaracoladas,
E não é nada ingénua, como seria presumível na sua idade.
Face achatada na extremidade sul, com algumas imperfeições.
Desgosta de cumprir normas às quais não consente.
Adora conviver com intelectuais e cantar belas canções.
Solidária com os solitários e com qualquer ente.
Ser fiel aos seus maiores amigos, os animais.
Encontra-se em processo de formação,
A nível físico e psicológico, mas com uma grande afeição
Ao desconhecido, e a quem tiver amor a mais.
Findando este poema de minha própria descrição,
Apenas me resta lamentar tão rude temperamento.
Não posso cambiar a minha actual delineação,
Mas posso viver e amar este momento.
Por: Carolina Pinto